Gastronomia da Calábria: história, aromas e sabores

Hoje vamos falar sobre uma das gastronomias mais “picantes” da Itália: a gastronomia da Calábria. Cheia de cores e aromas, a gastronomia calabresa seduz e se apresenta de maneira simples, mas impecável com sabores marcantes, fortes e inesquecíveis!

Nossa Introdução

A gastronomia italiana é uma gastronomia única! Oferece opções para todos os gostos e, por ser uma gastronomia de fusão, oferece diversas “versões” em diferentes regiões italianas. A Calábria é famosa por sua gastronomia “picante” e hoje nós vamos conhecer melhor a história de uma das gastronomias mais famosas da Itália. Vamos ao nosso Post do dia? Gastronomia da Calábria: história, aromas e sabores. Fique com a gente e faça o melhor do país da bota! Aqui no Viajando para Calábria você realiza a viagem dos seus sonhos!!!


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Um pouco da história da Calábria…

Para começarmos a contar a história da gastronomia da Calábria, precisamos contar um pouco da história da Calábria, isso porque a cozinha calabresa é, na verdade, uma fusão da gastronomia de diversos povos que passaram por aqui ao longo dos séculos; Além do mais, a cozinha calabresa está fortemente ligada à vida religiosa e espiritual, o que envolve muitos hábitos ligados a recorrências que remontam à antiguidade: isso tudo é o resultado de quase 3.000 anos de história, da Magna Grécia à Unificação da Itália. Vamos Fazer Um Tour De Enogastronomia Na Calábria?

O surgimentos dos Centros: Reggio Calabria, Sibari e Crotone

Em resumo: a Calábria foi colonizada no século 8 a.C. pelos gregos; logo começou a se expandir. Com o rápido desenvolvimento, comercial e urbano, surgiram centros como Reggio Calabria, Sibari e Crotone. Na primeira metade do século IV, chega à Calábria a população Bruzi – que se tornou o Brutium dos Romanos – enquanto a Calábria indicava apenas a Península de Salento. Com as guerras púnicas a população local se posicionou contra Roma, mas caiu sob o domínio do Império, que a partir de 132 a.C. começou a fundar suas colônias, e as colocou na 3ª região de Augusto.

Com o final do poderoso Império Romano do Ocidente, a região viveu um período de paz, até a chegada dos bizantinos, no século VII d.C. Foram eles, inclusive, que ‘batizaram’ a região com o nome ‘Calábria’. A seguir, os lombardos conquistaram a região e a anexaram ao Ducado de Benevento, o que acabou com a unidade da região (que foi restaurada somente em 885, pelo general bizantino Niceforo Foca: quando ele expulsou os sarracenos e lombardos – lembrando que em 886 houve a invasão árabe). No entanto, o sistema tributário bizantino, oprimia a população, que era também consecutivamente abalada pelas invasões marítimas dos sarracenos.

Em 1060…

Em 1060, os normandos, seguidos pelos suábios, e anjou, reaproveitaram o falho sistema tributário e introduziram ainda o sistema de latifúndios: a ação acabou com a Calábria, colocando a região em uma delicada situação. Infelizmente, o sistema tributário prosseguiu com os aragoneses e duas importantes revoltas camponesas aconteceram: uma em 1459 e outra em 1599, a famosa revolta de Tommaso Campanella. Passaram por ali também espanhóis e franceses e em 1860 chega até a Calábria Garibaldi. Seguindo o destino do Reino de Nápoles, Garibaldi fez com que a Calábria também se unisse ao Reino da Itália, e mesmo com a pesada herança de outros povos e com a miséria generalizada, a Calábria se reergueu e se tornou uma das regiões mais prósperas da Itália.

Curiosidade…

A Calábria ‘batizou’ a Itália! O nome Itália deriva da palavra Italói, termo com o qual os gregos designavam os Vituli (Viteli), uma população que vivia na ponta extrema de nossa península (na ‘ponta da bota’), perto da atual Catanzaro. Leia também Quais São Os Dez Lugares Que Você Precisa Conhecer Na Calábria?


Assista a esse vídeo e conheça um pouco mais das belezas da Calábria!


E a gastronomia?

Com a passagem de vários povos, a gastronomia foi ganhando pinceladas de um lado e de outro: uns dominavam a arte do pão, outros a arte do plantio, tantos outros dominavam a arte de utilizar temperos e especiarias. A Calábria tem também a sorte de ser uma região banhada, ao longo de toda a sua extensão, por dois mares, o que faz com que a região tenha uma diversidade geográfica que vai do mar às montanhas que oferece à região, traços que se encontram na sua produção agrícola e alimentar, e reflete em sua gastronomia simples, mas ao mesmo tempo marcada pelos sabores, aromas e cores desta terra ÚNICA!

A comida de origem natural, produzida localmente, tem uma grande importância para o povo da Calábria e assumiu um valor central tornando-se parte integrante dos rituais populares, folclóricos e religiosos. A gastronomia representa também momentos de encontro, socialização, comunhão e continuidade com as próprias raízes, valorizando desde sempre as origens do povo calabrês. Para os calabreses, um simples convite para um café simboliza uma forma de se ‘presentear’ a pessoa pela qual temos carinho, respeito e confiança. A gastronomia na Calábria vai além do ‘comer bem’, envolve muito mais, de forma muito mais profunda. Pode ser considerada uma gastronomia ‘pobre’ em ingredientes, mas o valor dessa gastronomia vem de outros fatores, como os citados anteriormente. Saiba aqui: Quais São As Melhores Escolas De Culinária Na Calábria?

Os Pratos Típicos

São muitas as heranças ligadas aos povos que passaram pela Calábria! Todos os povos usavam muitas especiarias como ervas aromáticas e faziam temperos impecáveis para massas artesanais, carne de porco, peixes, vegetais e outros tipos de pratos. Alguns dos triunfos na mesa calabresa são os petiscos onde já impressiona o famoso peixe-espada servido no carpaccio ou cortado em rodelas quase transparentes. Apesar dos muitos quilômetros de litoral a rica cozinha calabresa é mestre na hora de oferecer a carne, sobretudo a carne de porco – feita de maneira irretocável! Encontramos também o famoso ‘nduja, que é um dos produtos alimentares típicos da Calábria: é um embutido cremoso com carnes e pimenta, MUITA pimenta! Um de seus derivados é a Pancetta di Calabria – com linguiça e, claro, pimenta!

Alguns pratos com carne de porco…

No quesito carne de porco, Cosenza se destaca e leva o ‘prêmio’ de melhor manejo da carne, oferecendo o soppressate (salame seco) e o capicolli (um tipo de presunto) de sabores incomparáveis! Em Reggio Calabria, cada parte do porco é utilizada para fazer o Frittuli e Curcùci: tipos de ensopados feitos com pedaços de carne de porco cozido por horas a fio, em grandes caldeiras com água e sal; eles também utilizam algumas partes desse cozido para o excelente ragù preparado com molho de tomate fresco; Depois de cozinharem a carne, ela é refogada com diversos temperos e, quando pronto, servem para condimentar os “maccarruni i casa” (massa caseira) feitos à mão e que em Cosenza se chamam de “fusilli” e na Sila “scilatelli” ou “ferretti“. Outros pratos típicos são a “pasta china“, que é uma massa assada recheada diversos recheios; a massa com leguminosas, muitas vezes preparada à base de banha e torresmo e para completar o menu, temos o nhoque calejadostrangugia previti“, servido com molho ou com legumes.

O Ragù di Lastra

Um prato muito procurado em algumas áreas é o ragù di “lastra“, ou seja, a cabra que ainda não teve filhotes. Catanzaro celebra o “morseddu” uma espécie de ‘buchada’ onde cozinhamos estômagos bovinos e partes do coração e do pulmão, em azeite, sal, vinho tinto, molho de tomate, pedaços com cebola e abundante pimenta vermelha. Outro prato de Catanzaro consiste em macarrão salteado em uma frigideira com ovos fritos e pecorino. Claro, o peixe também está presente na gastronomia do litoral, repleta de restaurantes especializados. Camarão, cavala, lula, garoupa, lobo, bacalhau, polvo, até um pequeno peixinho chamado “surici“, geralmente de cor avermelhada, são fritos e temperados de forma incrível!

A Sardela (ou Bianchetto)

A sardela, ou bianchetto, merece uma menção à parte: pequenos peixes conservados em salmoura antes de serem misturados com erva-doce selvagem e pimenta vermelha. Não podemos deixar de citar também o peixe chamado de “piscistoccu” que, com mil receitas, muitas vezes vence a competição dos peixes locais mais famosos. Mas, não tem jeito, o rei da Calábria é o peixe espada, especialmente aquele pescado no Estreito de Messina, que é o mais saboroso, além de ser rodeado de lendas ligadas à tipicidade da pesca com barcos especiais equipados com torre de avistamento e passarela para arpoamento.

No verão, em Bagnara Calabra, na Costa Viola, realiza-se a tradicional Sacra (Festival), durante a qual o peixe é cozido ao ar livre, na praça da cidade transformada numa enorme churrasqueira, e tudo é oferecido a todos para degustação. Outro peixe típico dessas águas é o peixe-agulha. Pegam-nos no verão, nas noites sem lua, com o coppo, uma espécie de cesto de rede com cabo comprido. Em maio e junho, no Golfo de San’Eufemia, no trecho entre Pizzo e Tropea, é caçado o atum – que é atraído para a armadilha.

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Os Legumes e Conservas

Legumes e conservas também ocupam um lugar de destaque na culinária calabresa desde sempre! Como já citamos, a Calábria é famosa no mundo todo por sua pimenta, seja a pimenta-do-reino, malagueta ou a pimenta vermelha, razão pela qual a cozinha calabresa é conhecida como uma cozinha “picante”. O vegetal mais utilizado na culinária calabresa é a berinjela, cozida de todas as formas possíveis e imagináveis: sozinha, com outros legumes, frita, assada, em conserva, recheada, em almôndegas à parmegiana, lasanhas, etc.

As Conservas

Na Calábria, tudo pode ser usado para se fazer uma conserva: desde tomates – transformados em molho caseiro fresco, engarrafados e fervidos por horas e horas, ou secos ao sol e conservados em óleo com molhos picantíssimos, mas muito saborosos – até cogumelos, que são abundantes nas montanhas; sem contar a abobrinhas alcachofras, compotas de citrinos doces, berinjelas picantes, etc. Entre as conservas encontramos também a maritata, que usa a famosa Cebola de Tropea IGP e muita, muita pimenta! Ingredientes clássicos e abundantes na região.

Os Queijos e Doces

Entre os queijos típicos devemos mencionar os burrini, que são caciocavalli com miolo de manteiga, queijo coalho, pecorino e provoline. Os queijos também são muito usados para fazer doces! A parte de confeitaria da Calábria também é muito elaborada e entre todos os ingredientes o mel desempenha um papel fundamental; herança da cultura grega, os doces oferecidos são os “nzuddi” de Seminara que são biscoitos de farinha e mel decorados com pedaços de amêndoas. Entre outros doces tradicionais que podem ser degustados na Calábria, você encontra o Nepitelle – que é uma espécie de panzerotti (‘bolsinha’) recheado com frutos secos, nozes e amêndoas, chocolate e compotas e o Mostaccioli, outro tipo de biscoitinho amassado à mão com mel e que tem um sabor único! O Pignolata também é preparado com mel, e lembra muito o Struffoli Napolitano tanto na forma quanto no sabor; é sempre servido em forma de pirâmide em uma travessa gostosa cheia de delícias.

Os Sorvetes (gelati)

Vamos falar de gelati? (Não são sorvetes! Você pode saber mais sobre o assunto neste post! ) Há para todos os gostos, mas os produzidos em Reggio Calabria merecem destaque! Entre eles está o considerado melhor gelato do mundo: o de Tartufo di Pizzo. Ao contrário de outros tartufi (trufas) italianas, para ‘encontrar’ este você não precisa de um porquinho nem de um cachorro para descobrir onde eles está debaixo da terra! Hahahaha… Batizado após sua semelhança com a cobiçada trufa o gelato de tartufo di Pizzo é uma ‘bomba’ de creme de chocolate e avelã polvilhada com cacau, criada na pitoresca cidade de Pizzo, em 1952. É um presente para o nosso paladar, acredite!

Os Vinhos

No que diz respeito aos vinhos, a Calábria tem uma predileção pelos tintos, embora recentemente até os vinhos brancos tenham tido uma boa recepção pelos consumidores. Não à toa, a Calábria já foi chamada de “Enotria” (terra do vinho), e é particularmente rica em vinhos de sabor tipicamente sulista, com alguns vinhedos que remontam à antiguidade, quando os colonos gregos trouxeram as vinhas da ‘pátria mãe’ e passaram a produzir o vinho que ainda hoje vem é produzido aqui! Os atuais vinhos da Calábria são o resultado de um trabalho de milhares de anos e vinhos típicos como Cirò, da região de Crotone e Isola di Capo Rizzuto, é o mais antigo e, dizem, que foi ofertado aos vencedores dos Jogos Olímpicos na época da Atenas clássica. Hoje, entre os vinhos mais renomados da Calábria, podemos citar o Bivongi Doc, o Cirò Doc, o Greco di Bianco Doc, o Lamezia Doc, o Melissa Doc, o Sant’Anna Isola di Capo Rizzuto Doc, o Savuto Doc, o La Scavigna Doc, o Terre di Cosenza Doc.

O Licor

Para finalizar a refeição: um ótimo digestivo local, como o licor de bergamota de Reggio Calabria, preparado com este fruto particular de um aroma irresistível, que ajuda a limpar o paladar dos sabores da refeição e ao mesmo tempo a fazer a digestão. Ele é docinho, então é fácil tomar duas ou três doses: mas não exagere, não deixa de ser alcoólico!

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Conclusão

Gastronomia da Calábria: história, aromas e sabores. A Calábria é uma das regiões mais incríveis historicamente e cada pedacinho da nossa herança é refletido, não só na arte e na cultura, mas também na nossa incrível e rica gastronomia! E se você se sentir inseguro ou não tem tempo, e precisa de ajuda para organizar sua viagem, não hesite em me procurar ! Vou adorar ajudar você a realizar sua tão sonhada viagem para a Itália. E como posso fazer isso? Continue lendo esse post até o fim e você entenderá como facilitamos a sua vida e a sua viagem:)

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